Associados da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Ilhéus têm manifestado preocupação em relação a uma intervenção administrativa em curso há cerca de oito meses, atribuída ao Banco do Brasil, por meio da Agência Centro do município.
De acordo com relatos de associados e documentos internos analisados pela reportagem, a medida teria sido implementada sem ampla divulgação pública dos fundamentos que a motivaram, o que levou parte dos membros a questionar a observância dos procedimentos previstos no estatuto da entidade e dos princípios do devido processo administrativo.
Inicialmente anunciada com prazo estimado de três meses, a intervenção foi prorrogada. Segundo informações compartilhadas entre associados, até o momento não teriam sido formalmente apresentadas, de maneira pública e objetiva, irregularidades atribuídas à Diretoria eleita que justificassem a ampliação do prazo ou a destituição do então presidente da AABB.
Paralelamente, tramita no Poder Judiciário ação que discute a regularidade do afastamento do presidente da entidade. Conforme informações disponíveis nos autos e relatadas por associados, não haveria decisão judicial vigente que impeça a convocação de Assembleia Geral, circunstância que tem reforçado, entre parte dos membros, a defesa pelo restabelecimento das instâncias deliberativas previstas no estatuto.
Durante o período da intervenção, associados relatam dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube, como atrasos no pagamento de fornecedores e obrigações correntes, o que, segundo essas avaliações, teria contribuído para o aumento da inadimplência. Tais percepções são comparadas por membros ao cenário anterior, especialmente após a terceirização dos bares do clube, implementada em dezembro de 2024, medida que, segundo dados internos apresentados à época, indicava redução de despesas e geração de superávits mensais.
Ainda conforme avaliação de parte dos associados, surgiram questionamentos sobre a destinação desses recursos, que estariam sendo aplicados em eventos festivos, viagens, aquisição de material esportivo e outros investimentos. Para esses membros, tais decisões seriam consideradas incompatíveis com o momento financeiro e institucional vivenciado pela entidade, percepção que não representa, até o presente momento, conclusão oficial de órgãos de controle ou do Poder Judiciário.
Outro aspecto mencionado por associados diz respeito à atuação conjunta de representantes do Banco do Brasil e de membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal durante o processo de intervenção. Na visão de críticos, essa dinâmica poderia comprometer a independência da governança do clube, entendimento que reflete opiniões dos associados e não decisões formais de instâncias administrativas ou judiciais.
A reportagem procurou representantes do Banco do Brasil, da administração interventora e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da AABB Ilhéus para manifestação sobre os pontos levantados, mas não obteve resposta até o fechamento desta publicação. O espaço permanece aberto para esclarecimentos e manifestações futuras.
Diante desse contexto, cresce entre os associados a mobilização por maior transparência, divulgação pública dos fundamentos administrativos da intervenção e eventual convocação de Assembleia Geral, apontada como instrumento legítimo de debate democrático e de encaminhamento institucional das divergências existentes.
O site Infor Ilhéus está aberto para o posicionamento da atual Presidência da instituição.
